As companhias aéreas KLM e Air France, que há muito tempo se destacavam por oferecer refeições gratuitas em voos de curta e média duração na Europa, anunciaram uma mudança significativa em suas políticas de bordo.
A partir de 2024, a Air France dará início à eliminação do serviço de bordo gratuito em algumas rotas europeias, acompanhada pela KLM, que estuda aplicar a mesma medida em 2025. Essa decisão acompanha uma tendência crescente no setor aéreo, onde as companhias buscam reduzir custos e se alinhar às práticas já adotadas por concorrentes de baixo custo.

Fim do serviço de bordo gratuito
A Air France, uma das principais companhias aéreas da Europa, será a primeira a implementar a nova política. A partir do próximo ano, os passageiros que voarem nas rotas Paris-Lisboa e Paris-Helsinque terão suas refeições gratuitas limitadas. Nessas viagens, apenas água, chá, café e um biscoito doce serão oferecidos sem custo adicional.
Para aqueles que desejarem outros itens, a companhia disponibilizará um cardápio à la carte com opções pagas. Essa mudança marca uma ruptura com a tradição da empresa, que historicamente oferecia um serviço completo, mesmo em voos mais curtos.
De acordo com a companhia, a decisão de encerrar o serviço gratuito é justificada pela necessidade de adaptação às expectativas dos clientes e às tendências de mercado. A Air France enfrenta forte concorrência de companhias low cost, como a Ryanair e a EasyJet, que há tempos cobram por serviços adicionais. Além disso, ela também compete com empresas tradicionais, como a TAP Air Portugal e a Finnair, que já implementaram políticas semelhantes de serviço pago a bordo.
KLM segue o mesmo caminho
Seguindo os passos da sua parceira de grupo, a KLM também estuda adotar uma política de serviço pago em seus voos de curta e média duração na Europa. A expectativa é que a mudança ocorra a partir de 2025, quando os passageiros da classe econômica terão à disposição apenas chá, café e água de forma gratuita. Para demais refeições e bebidas, será necessário pagar. A companhia holandesa argumenta que, com a nova medida, os passageiros terão mais opções de escolha e a empresa poderá oferecer produtos de qualidade premium a bordo.
Representantes da KLM justificam que a mudança acompanha ajustes semelhantes feitos por outras companhias na Europa, e que o modelo atual, com refeições gratuitas, já está ultrapassado. O serviço pago, segundo a empresa, permitirá uma maior personalização da experiência do passageiro, que poderá escolher o que deseja consumir durante o voo.
Tendência global e mudanças no mercado
A implementação de serviços pagos em voos de curta duração não é uma novidade no setor aéreo. Na Europa, grandes empresas tradicionais, como TAP, Lufthansa, Iberia, British Airways e Swiss, já adotaram essa política há alguns anos. Nessas companhias, os passageiros que viajam dentro do continente precisam pagar por alimentos e bebidas, com exceção de itens básicos, como água. O serviço gratuito de bordo é reservado apenas para rotas de longa distância, especialmente nas viagens intercontinentais.
Esse movimento reflete uma transformação no setor, em que as companhias buscam reduzir custos e se adaptar à nova realidade competitiva, especialmente diante do avanço das low costs. Além disso, o perfil dos consumidores também tem mudado. Muitos passageiros preferem pagar apenas pelo que realmente utilizam durante o voo, em vez de arcar com tarifas mais altas que incluam refeições e serviços que podem não ser aproveitados.
Essas alterações, no entanto, não são bem vistas por todos os passageiros. Muitos veem o fim do serviço gratuito como uma perda de qualidade e comodidade. Para alguns viajantes, especialmente aqueles acostumados com o serviço completo oferecido por empresas tradicionais, a nova política representa mais um exemplo de como as companhias aéreas estão sacrificando o conforto dos clientes em nome da eficiência e do lucro.