A partir do dia 2 de setembro, brasileiros que pretendem viajar para os Estados Unidos enfrentarão um processo mais rigoroso para obter o visto. O Departamento de Estado norte-americano anunciou o retorno da obrigatoriedade da entrevista presencial para a maioria das categorias de vistos de não imigrantes, inclusive os de turismo.
A medida encerra a política de isenção adotada durante a pandemia, que permitia renovar determinados vistos sem comparecer aos centros de atendimento. Segundo o governo dos EUA, o objetivo da retomada da entrevista é reforçar os critérios de segurança na triagem de solicitantes.

Quem precisará passar pela entrevista
Com a nova diretriz, diversos tipos de visto estarão sujeitos à entrevista presencial. A exigência vale para categorias como B-1 e B-2 (turismo e negócios), F e M (estudantes), H-1B (trabalho) e J (intercâmbio). Grupos que antes estavam dispensados, como menores de 14 anos e maiores de 79, também serão incluídos.
Apesar da ampliação do número de solicitantes que deverão comparecer a uma entrevista, algumas exceções foram mantidas. Continuam isentos candidatos a vistos diplomáticos e oficiais, incluindo categorias A-1, A-2, C-3 (com restrições), G-1 a G-4, OTAN-1 a OTAN-6 e TECRO E-1. Esses grupos seguem beneficiados por acordos internacionais ou por ocuparem cargos oficiais.
Regras específicas para quem deseja renovar
O procedimento de renovação de visto também será afetado, embora algumas dispensas da entrevista continuem possíveis. Para isso, o solicitante deve atender a uma série de critérios, como estar renovando um visto B-1, B-2 ou B1/B2 que tenha expirado há menos de 12 meses.
Outros requisitos incluem: ter pelo menos 18 anos quando o visto anterior foi emitido, realizar o pedido no país de nacionalidade ou residência, não ter histórico de visto negado (salvo casos perdoados) e não apresentar restrições migratórias. Quem não se encaixar nesses critérios deverá se submeter à entrevista normalmente.
Prazos mais apertados
Em fevereiro, o governo dos EUA já havia sinalizado que iria encurtar o prazo para renovação sem entrevista. Anteriormente, a isenção era válida para vistos vencidos há até 48 meses. Com a mudança, o intervalo caiu para apenas 12 meses, o que obriga milhares de viajantes a atualizarem sua documentação o quanto antes.
Mesmo aqueles que se enquadram nas condições de isenção devem permanecer atentos. O Departamento de Estado alerta que qualquer solicitante pode ser convocado para entrevista a critério dos oficiais consulares. Dessa forma, é fundamental acompanhar as atualizações nos sites oficiais das embaixadas e consulados.
Aumento nas taxas agrava cenário
Além das mudanças no processo, o custo para solicitar o visto americano também será mais alto. Uma nova tabela de tarifas foi aprovada em julho e entrará em vigor ainda este ano. O valor total para tirar o visto passará de US$ 185 para US$ 459, o equivalente a aproximadamente R$ 2.570 com a cotação atual.
Do valor total, US$ 250 correspondem a uma nova taxa consular e outras cobranças também foram reajustadas. A elevação mais que dobra o custo atual, o que pode pesar significativamente no orçamento de quem planeja viajar para os Estados Unidos nos próximos meses.
Planejamento será essencial
Com os novos critérios e valores, especialistas recomendam que os interessados em obter ou renovar o visto comecem o processo o quanto antes. A demanda reprimida durante a pandemia, somada à reintrodução da entrevista e ao aumento no número de solicitantes, pode provocar filas e prazos ainda maiores nos consulados.
Os agendamentos, que já são concorridos em algumas cidades brasileiras, devem sofrer impacto com a nova medida. Assim, quem estiver com viagem programada para os EUA deve consultar com antecedência o site do Departamento de Estado e garantir o visto dentro do prazo necessário para não comprometer a viagem.
