A Linha 17-Ouro do Metrô de São Paulo, um dos projetos mais aguardados da capital, acaba de receber o seu sexto trem. A nova linha de monotrilho, que conectará o Aeroporto de Congonhas à zona sul paulistana, promete mudar a mobilidade urbana da região e facilitar o acesso de passageiros ao sistema metroferroviário da cidade.
Com um total de 14 composições fabricadas na China, a linha percorrerá quase sete quilômetros de extensão e contará com oito estações. O Governo do Estado informou que o início da operação parcial está previsto para março de 2026, com funcionamento completo previsto para o segundo semestre do mesmo ano.

Avanço nas obras e entrega de trens
O novo monotrilho é fabricado pela empresa chinesa BYD, conhecida mundialmente pela produção de veículos elétricos e sistemas de transporte sobre trilhos. As composições estão sendo desembarcadas no Pátio Água Espraiada, em São Paulo, local que servirá como base de manutenção e operação da linha 17-Ouro.
De acordo com o governo paulista, o projeto já ultrapassou 90% de conclusão. Em setembro, as obras entraram em uma nova fase, com a instalação de portas de embarque, elevadores e escadas rolantes em diversas estações. A expectativa é de que as próximas entregas acelerem o ritmo para viabilizar os testes de operação ainda em 2025.
Estação Vereador José Diniz em fase final
Entre as oito estações planejadas, a Vereador José Diniz é uma das mais adiantadas. O local já recebeu seis escadas rolantes, três elevadores e a estrutura de comunicação visual. Também foram instalados monitores de informações aos passageiros, bloqueios (catracas) e as portas automáticas de plataforma, que garantem mais segurança no embarque.
Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, o acabamento interno da estação segue em ritmo intenso. Após a finalização dessa etapa, será iniciada a fase de testes de energia e sinalização, fundamentais para a liberação de operação assistida, que antecede a abertura definitiva ao público.
Um projeto marcado por atrasos e retomadas
A Linha 17-Ouro começou a ser construída em 2011 e tinha entrega prevista para a Copa do Mundo de 2014. No entanto, a obra passou por diversos entraves, incluindo disputas contratuais, troca de empresas responsáveis e revisões de projeto, o que prolongou o cronograma em mais de uma década.
Mesmo com os atrasos, o governo afirma que a finalização está próxima e que o avanço recente representa uma virada importante. A nova gestão da Secretaria de Transportes Metropolitanos vem apostando em parcerias técnicas e logísticas com a BYD para agilizar a entrega dos trens e das estruturas pendentes.
Importância da Linha 17-Ouro para São Paulo
Quando estiver em operação, o monotrilho vai beneficiar cerca de 100 mil passageiros por dia. A linha fará conexão direta entre o Aeroporto de Congonhas e a Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda, permitindo integração com outras linhas do sistema metropolitano e reduzindo o tempo de deslocamento na zona sul.
O projeto foi concebido com o objetivo de facilitar o acesso ao aeroporto, reduzir o trânsito na região e oferecer uma alternativa rápida para quem se desloca entre os bairros de Brooklin, Campo Belo e Morumbi. A expectativa é que a integração entre o monotrilho e os demais modais estimule o uso do transporte público e diminua o número de veículos nas avenidas congestionadas da cidade.
Estrutura moderna e tecnologia de ponta
Os trens da nova linha contam com design aerodinâmico e tecnologia avançada de tração elétrica. Cada composição é composta por cinco carros interligados, com sistema automatizado de condução, câmeras internas de monitoramento e ar-condicionado em todos os vagões. As janelas amplas e o percurso elevado oferecerão uma vista panorâmica da região sul de São Paulo.
Além disso, o projeto do monotrilho inclui sistemas de energia sustentável e controle digital de tráfego, garantindo mais eficiência e segurança durante as operações. A estrutura elevada também foi planejada para causar o mínimo impacto urbano, preservando o trânsito e as vias já existentes.
Conexão com o Aeroporto de Congonhas
Um dos grandes diferenciais da Linha 17-Ouro é a integração direta com o Aeroporto de Congonhas. A estação terminal, localizada próxima ao saguão principal, vai permitir que passageiros cheguem ou saiam do aeroporto utilizando o transporte público de forma rápida e confortável.
Segundo o planejamento do governo estadual, essa ligação facilitará o deslocamento de turistas e profissionais que utilizam o terminal aéreo, reduzindo significativamente a dependência de carros e táxis. A expectativa é que o percurso entre Morumbi e Congonhas leve cerca de 15 minutos.
Perspectivas para o início da operação
O governo do Estado mantém a previsão de início da operação parcial em março de 2026. Nesta fase, parte das estações estará aberta ao público, com funcionamento assistido para testes de segurança e treinamento de equipe. A operação plena está prevista para o segundo semestre do mesmo ano.
Enquanto isso, a BYD continua enviando novos trens ao Brasil e trabalhando em conjunto com o Metrô de São Paulo para ajustes técnicos. As próximas etapas incluem a instalação completa das portas automáticas de plataforma, sinalização eletrônica e testes integrados de energia, comunicações e controle de tráfego.
Repercussão e expectativas
A entrega do sexto trem foi recebida com entusiasmo por moradores e trabalhadores da região. Para muitos, o avanço das obras representa um sinal concreto de que o projeto finalmente caminha para sua conclusão. Especialistas em mobilidade urbana destacam que o monotrilho deverá aliviar parte da pressão sobre as avenidas Washington Luís e Vereador José Diniz, duas das vias mais movimentadas da zona sul.
Apesar do otimismo, o cronograma apertado exige ritmo constante das equipes de obra e testes rigorosos de segurança. O acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado e da Secretaria de Transportes é apontado como essencial para evitar novos atrasos e garantir a entrega dentro do prazo.
O futuro da mobilidade na capital paulista
A Linha 17-Ouro é parte de um conjunto de investimentos do governo estadual para ampliar a malha metroferroviária e melhorar a integração entre os meios de transporte. Além dela, outras obras importantes estão em andamento, como a expansão da Linha 6-Laranja e a modernização das Linhas 4-Amarela e 5-Lilás.
Com a chegada do monotrilho, São Paulo se aproxima de um novo patamar em mobilidade urbana, com transporte rápido, automatizado e sustentável. Se mantido o ritmo atual, a cidade poderá, enfim, ver o sistema em funcionamento em 2026, oferecendo uma alternativa moderna e eficiente de deslocamento para milhares de paulistanos e visitantes.
