Turismo em favela, uma das modalidades em expansão no mundo

Com o rápido crescimento de diversas cidades ao redor do mundo, o qual muitas das vezes é sustentado por uma grande desigualdade social, surgiram também as favelas; que são, por definição, um conjunto de habitações construídas de maneira precária e sem infraestrutura adequada para seus habitantes. E esses locais, que embora possuam grande importância histórica e cultural, também possuem altos níveis de violência, atraem muitos turistas de todo o mundo, dando origem a uma modalidade turística crescente: o turismo em favela.

Turismo em favela (foto: https://pixabay.com/pt/photos/favela-aglomerado-montanha-cidade-6248366/)

A origem do turismo em favela

A história do turismo realizado na favela é bem antiga, e remonta ao século XIX, quando a elite da Inglaterra visitava comunidades mais afastadas dos centros urbanos. Mas, aqui no Brasil, há quem diga que tudo teve início na Eco 92, uma conferência sobre o meio ambiente, que reuniu pessoas de todo o mundo no Rio de Janeiro; em que algumas pessoas começaram então a visitar algumas comunidades cariocas, como a Rocinha.

Mas, vale lembrar que o turismo em favela não existe somente no Brasil, mas em outros países em que a desigualdade social é bastante evidente, como a África do Sul, e as Filipinas. E por falar em África do Sul, esse turismo por lá começou após o fim do Apartheid, um regime em que havia segregação racial, com privilégio da população branca. Seu fim, em 1994, marcou o início de visitas turísticas às chamadas townships, que eram áreas onde somente habitavam negros e mulatos, originando então o turismo em favela nesse país.

Turismo na favela (Foto: https://pixabay.com/pt/photos/brasil-favela-rio-de-janeiro-3547283/)

O debate acerca do turismo em favela

Como seu próprio nome sugere, esse tipo de turismo visa conhecer o cotidiano das pessoas que vivem em comunidades como a Rocinha, Vidigal e Botafogo, sendo realizado de diferentes formas. Desse modo, além de haver a opção de contratar carros como os de safari, em que os visitantes podem passear pela favela; existem guias das próprias comunidades que levam os turistas a conhecer diversos pontos desta.

Mas então, por que existe um debate acerca da realização ou não dessa modalidade?

A resposta leva a uma reflexão sobre diversos questionamentos. Isso porque, embora o turismo em favela seja uma fonte de renda para os habitantes da própria favela, movimentando o comércio local; ele também é uma forma de turismo cultural, visto que os visitantes têm acesso a culturas diferentes daquelas de sua origem, que geram uma certa curiosidade.

Além disso, é importante ressaltar que o turismo em favela é uma oportunidade que os moradores locais têm de apresentar aos turistas uma realidade diferente daquela que é repassada pela mídia; repleta de violência e miséria. Desse modo, essa modalidade surge para mostrar um outro lado da favela que é muitas vezes, ignorado pela população do próprio país, com sua gastronomia e cultura típicas.

Mas, deve-se pensar também no fato de haver a transformação da pobreza em turismo, e de isso gerar um possível estereótipo em relação ao país em que o turismo está sendo realizado. Além disso, há quem diga que a violência das favelas seja um empecilho à visitação, colocando a vida dos turistas em risco. Mas, pelo contrário, muitos visitantes buscam conhecer essa realidade motivados por essa “aventura” que seria se deslocar nas favelas mais violentas.

Sendo assim, cabe ao próprio visitante discernir acerca da possibilidade ou não de realizar o turismo em favela, e, caso o faça, valorizar o comércio e a cultura locais. Além disso, caso o visitante opte por não realizá-lo, existem outras modalidades também bastante interessantes, como o turismo gastronômico, o turismo religioso e o turismo sustentável.

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